Agra, a cidade além do Taj Mahal.
De um lado a opulência e a sofisticação do Taj Mahal, uma das sete maravilhas do mundo moderno e também patrimônio da Unesco. Do outro, uma cidade muito carente em necessidades tão básicas.
Quero abordar aqui neste post a minha experiência. O que eu vi e senti visitando a cidade de Agra. Não estou aqui para fazer julgamentos e nem tão pouco para criticar a cultura de um outro país.
A maioria dos posts sobre Agra aborda apenas o Taj Mahal e seus pontos turísticos. Não quero desestimular ninguém com este meu relato, mas minha proposta com o Desviei da Rota é ir além do cartão postal. Então, vamos lá!
Andar por Agra é sentir o chamado “soco no estômago” que tantos dizem receber quando passam alguns dias na Índia.
Para mim, foi um abismo de contrastes. A cidade é bem movimentada, assim como outras da Índia, mas é de longe uma das mais sujas também. É impactante.
Já me chamou a atenção assim que o trem ia parando e toda a margem dos trilhos era coberta por montanhas de lixo. Crianças brincavam calmamente neste cenário. Homens e mulheres seguiam seus caminhos sem se importarem.
Agra está localizada no estado de Uttar Pradesh, no norte da Índia. E não é somente o Taj Mahal que está por lá não! Ela também abriga grandiosos palácios, fortes, mausoléus e jardins. No centro de Agra estão: o Itimad-ud-Daulah, (apelidado de Mini Taj) e o Agra Forte.
A maioria dos turistas fica em Agra apenas um dia, ou algumas horas. Chegam, visitam o Taj Mahal e vão embora.
Ficar na cidade por mais dois ou três dias é também mergulhar um pouco no que foi a sede do império mogol nos séculos XVI e XVII. Muitos de seus moradores parecem ainda estar naquele tempo.
Apesar de toda aquela pobreza e miséria, as pessoas acenavam e sorriam por onde eu passava.
Em algumas ruas sempre havia crianças que ficavam me acompanhando e pedindo dinheiro. Com os adultos é mais raro este tipo de comportamento. Passei por ruas onde é quase impossível a presença de turistas, pois elas ou não dão acesso aos monumentos ou não estão na rota das agências, ou seja, não interessa a ninguém.
E realmente, não encontrei nenhum turista pelas ruas por onde andei.
Como em toda a Índia, muitos comerciantes e artesãos produzem, vendem e consertam seus produtos na rua, na beira das calçadas.
Pessoas se banham na porta de suas casas, escovam os dentes, fazem suas necessidades alí mesmo.
Às vezes alguns deles paravam o que estavam fazendo e acenavam. Cumprimentavam com um “namastê” ou apenas sorriam. Muitos moradores até ficavam alheios à minha presença.
O esgoto corria a céu aberto. Porcos disputavam restos de lixo com cachorros e vacas. A pequena aglomeração de animais só era dispersa vez ou outra quando passava um tuk tuk ou pequenas carroças.
Sabe o que mais me chamou a atenção em Agra? Foram as as crianças! Elas são iguais em qualquer país, cidade ou vilarejo.
São curiosas, possuem um olhar puro e cativante. Muitas já aparecem sorrindo, querendo um abraço ou um simples aperto de mão.
Este grupinho jogava bolinhas de gude em uma das ruas por onde passei.
Crianças apenas sendo crianças. Todas, sem exceção e em qualquer parte do mundo, precisam de amor, carinho e atenção.
Vai visitar o Taj Mahal? Tire uns minutinhos e dê uma voltinha em umas duas ou três ruas por alí mesmo. Talvez você não receba um soco no estômago, mas muito provavelmente vai receber um montão de sorrisos e apertos de mão! E isso vai te fazer um bem enorme!
Por Marcos Galinari – fotógrafo, videomaker e documentarista // www.instagram.com/marcosgalinari
Aproveitando, me perdi para chegar no Taj Mahal e aproveitei para gravar este video aqui:
Quer saber um pouco mais como é a cidade de Agra? Assista este video aqui que eu gravei! Não se esqueça de deixar o seu like e se inscrever no meu canal!